Três missões lunares encontraram claras evidências de água, que está aparentemente concentrada nos pólos e foi possivelmente formada por ventos solares. Os autores da investigação terão utilizado dados fornecidos por um instrumento da Nasa, baptizado como "Moon Mineralogy Mapper" ou M3, transportado a bordo do Chandrayyan-1, primeiro satélite indiano ser colocado em órbita lunar em 2008. Este instrumento de cartografia mineralógica da Lua analisa a reflexão da luz do sol sobre a superfície lunar para determinar a sua composição, refere a AFP.
A luz reflecte-se em comprimentos de ondas diferentes de acordo com a natureza dos minerais e os investigadores podem utilizar estas variações para determinar a composição da camada superior do solo da Lua. O M3 detectou assim um comprimento de onda luminoso que indica um elemento químico que liga o hidrogénio e o oxigénio, explicam os autores destes trabalhos publicados na edição de sexta-feira da Science. Os investigadores defendem que isso prova a presença de água.
O instrumento apenas pode analisar as camadas superficiais do solo lunar, talvez alguns centímetros sob a superfície, precisou Larry Taylor, da Universidade do Tennessee, uma das co-autoras deste estudo. Até esta descoberta, os cientistas avançavam a teoria, não provada, da presença de gelo em zonas de obscuridade permanente no fundo de crateras situadas nos pólos da Lua e pensavam que o resto da Lua estava totalmente seco.
Estamos a falar de moléculas
"Quando falamos 'água na Lua', não estamos a falar em lagos, oceanos ou até mesmo poças. Água na Lua significa moléculas de água e hidroxilo (hidrogénio e oxigénio) que interagem com moléculas de rochas e poeira especificamente nos milímetros mais altos da superfície lunar", referem os autores em comunicado citado pela Reuters.
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